sexta-feira, 4 de outubro de 2013

"Eu Mancho"

Fiz este poema em 10 de julho de 2013, após um de nossos ensaios do Manchas Urbanas.
Preocupada com a questão do lixo, do quanto produzimos de lixo; de como não conseguimos administrar nossos dejetos, compus para o Projeto Manchas Urbanas "Comprimidos".
O que me inspira é a possibilidade de transformar: materiais recicláveis que podem ser comprimidos, para depois se expandirem em outras coisas, outras formas.
Luciana Paludo.


                                                                   Foto Fabricio Simões

Transito e mancho
A cidade.
Tem um rio aqui
Um rio que não é rio
Também não é mar
Lago, logo...
Não posso me banhar

Lixo que brota nas ruas
No lugar das árvores
Lixo que transborda
Os contêineres não dão conta
Eu conto, os dias
Em que toda essa situação...
Permanece.

Assim

Nada muda
Ciclo
Viciado
Craques
Nas ruas
Craques do lixo
Craques no lixo
Cordões de pessoas
Estendidas.

O chão é frio
É duro e cheira a mijo
Dejetos
Cidade
Parda paisagem
Anestesia.
O que fazer?
O que é possível
O que posso
O que podemos.

[O que é possível? O que posso? O que podemos?]
Presto atenção.

Mas...
Mar
Marchas
Manchas
Vento quente que causa calafrio!
Eu mancho
A cidade.

Luciana  Paludo, 10/07/2013.

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